quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Da saudade.

Não é por gotas que a saudade me insiste em chegar
Vem por rios e torpes chuvas
Pela terra
Pelo ar

Não é por medo que saudade vai embora sem meu bem
Vai por vir felicidade
Sorriso certo
Amor além

Não é sentida a falta dela, da saudade indesejada
Sinto falta, sim, dos beijos
Dos abraços:
Gargalhada.


Laís Leite

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Desperta

Os três pontos esperar.
tac tac tic
Não há hora certa
Não há o toque certo no lugar
tic tic tac
Vento bate, porta fecha, abre o coração meu
Suor goteja, o mar me beija, respiro sol
tic tac tic
Depois da aurora há muito mais que se ver
O caminhar é leve, rápido, ausente de ser
tac tic tac
Vou-me embora mundo a fora
São minhas as vezes de dona de tudo
tic tic tic
Somos dois de um só pensar
Somos produto do que de nós fizeram

Mas quem fez?
Ninguém nos fez
Fizemos o nós
E os nós?
Já não existem, pois não

Abrace-me nos dias de chuva sem que possam ver teu rosto
Não é certo abrir-se à voz do mundo ao despertar, que ele grita; alto

Mas não se esqueça dos meus beijos de dias de sol
E não se perca na imensidão do tal azul
E me carregues quando possas agüentar
Antes disso, melhor ficar

O meu sorriso teu já é; dei-te, não lembras?
Mas não de mim depende que com ele fiques
Sorria meu sorriso enquanto te apraz
E fique certo que quando não, em outro caminho sorrirei

Mas por agora me basta que me escutes
E que me beijes todo o braço até as unhas
E que não bastem os invernos de tão longe
Para de mim retirarem tua lua.


Laís Leite