Não fui eu a apregoar falsetas monumentais
Não fui eu a fugir quem entoou o último canto
Não foi meu o passo porta a fora
Foram minhas as palavras, não nego
Não, não fui eu quem deitou naquela relva
E bebeu do sangue que outrora compartilhei
Não fui eu a trançar passados em pedra
Que ao mar sem olhar atirei
Foi você, meu engano mais severo
Tuas mãos de dissidentes carícias
Teu olhar de angústia e desespero
Mentira, mentira
Foram teus lábios ao beijar outra boca
Que sorriram para mim ao me verem passar
E tão depressa senti-me tua outra vez
Tanto mais me dissestes: “nunca mais”
Laís Leite
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Arritmia
Não há mais rima
A perdi em algum verso por aí
O que há são sentidos, sentindo
Não só o que sinto, mas tudo quanto se possa sentir
Já não sinto a mesma sede de amor
Nem pelas palavras, perdão
O que me cabe são tormentos inquestionáveis do ser
Lamentos externos a mim
E foi como disse: fugiram-me as rimas
Sobrou-me tanto quanto posso suportar
Dor – amor – não sou.
Laís Leite
A perdi em algum verso por aí
O que há são sentidos, sentindo
Não só o que sinto, mas tudo quanto se possa sentir
Já não sinto a mesma sede de amor
Nem pelas palavras, perdão
O que me cabe são tormentos inquestionáveis do ser
Lamentos externos a mim
E foi como disse: fugiram-me as rimas
Sobrou-me tanto quanto posso suportar
Dor – amor – não sou.
Laís Leite
domingo, 12 de outubro de 2008
'Infinitivamente impessoal'
De tal maneira encontrou em mim o que não havia de ser encontrado. Encontrou a falta, portanto, e ali se fez presente. Pensou que a presença bastava, sorriu e correu memorizando seu domínio. Sentou e dormiu em colo aquecido, tácito, mas firme. Sentiu-se seguro, pronto a exigir. Esqueceu-se de quem era eu, do meu eterno não-fim, de minha permanência em mim mesma. Esqueceu-se de que em mim não há nunca o sempre, apenas a inexistência do tal ponto final.
Laís Leite
Laís Leite
domingo, 5 de outubro de 2008
Deverias
Ah, garoto
Não feche os olhos ao mundo
Não deixe que a mata o cerque
E tome de seus olhos a visão
Escreva a pauta da vida
Não lembre das dores vividas
Respire sob o olhar do sol
Verta as lágrimas em canto
Se livre de dor e espanto
Reflita o que há de melhor
Escuta, garoto
Não são tuas todas as letras
Não são teus todos os versos escritos
Mas ainda te cabe interpretar
Abrace a casa amarela
Esqueça a cada dia o nome dela
Toque um blues ao anoitecer
Sinta-se leve ao meu toque
Enlace o braço da sorte
E siga sorrindo a luz do luar
Laís Leite
Não feche os olhos ao mundo
Não deixe que a mata o cerque
E tome de seus olhos a visão
Escreva a pauta da vida
Não lembre das dores vividas
Respire sob o olhar do sol
Verta as lágrimas em canto
Se livre de dor e espanto
Reflita o que há de melhor
Escuta, garoto
Não são tuas todas as letras
Não são teus todos os versos escritos
Mas ainda te cabe interpretar
Abrace a casa amarela
Esqueça a cada dia o nome dela
Toque um blues ao anoitecer
Sinta-se leve ao meu toque
Enlace o braço da sorte
E siga sorrindo a luz do luar
Laís Leite
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