quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Da estrada (ou O nEuFrágil)

O que tem a estrada, que te deixa a esperar
Não só pelas palavras, pela dança e pelo ar
Tu esperas a partida de quem nem sempre te vê
Mas é o fim da estrada que tu esperas ter

Corre solta pelo vento a estrada
Nela correm não tão sós teus sentimentos
Te levantas e persegues as pegadas
Ainda que não as enxergue no cimento

Das vermelhas dores do passado
Nem te lembras, coisas dantes da estrada
Do tão claro verde fim que te aguarda
Fechas os olhos ao vazio que governa

Mas sendo intrínseca a ti a alegria
Que fizestes tu para a estrada alcançar?
Se nem ouvistes quando eles te disseram
Que antes fosse melhor naufragar

Mas é que nunca do mar gostastes, compreendo
E foges dele desde então
Mas aquelas águas límpidas e gélidas
Apenas no mar estarão

Que te voltes para a vida de outrora
E te permitas navegar em alto mar
E que te percas mar a fora pelo mundo
E à estrada nem penses em voltar


Laís Leite

domingo, 23 de novembro de 2008

Os olhos do meu amor

Os
Traços
São
Dourados
De luz
Calor,
Amor.
Não me pego parada;
Não me prendo a nada;
Não sou o sou não sou.
E se te sigo de longe
Não pense ser porque te quero:
Eu quero
Eu quero
Eu quero
A outro, de alma tão pura
Dos olhos da cor do noturno mar.
Não são teus
Não são teus
|Não serão nunca teus|
Os olhos do meu amor.


Laís Leite

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Proclítica (ou Do bom erro.)

Me escreva sobre o dia de amanhã
Me carregue pra onde o mar goteja
Não esconda-me dos beijos desejados
Traga a flor do dia que ela almeja

Tal qual vidro de infame transparência
Te apresento meus anseios mais perversos
Meu olhar fita vazio de imagens
Não são teus os contos mais dispersos

:

Trate de meu toque respeitar
Sendo vento, qual leve brisa irei voar
E sentir tua voz em minhas pernas

Não emprego meu pensar à tua causa
Tua música é mais que sonho à minha alma
Minhas unhas buscam firmes teu jardim


Laís Leite