Dois momentos distintos, distantes
Dois segundos alterna-os num verso
Dois destinos comuns, é certo
A dualidade e seu compasso (des)conserto
Da aquarela retira vida movimento
E do movimento atiras luz ao pensamento
É do sonho que lhe tomam as idéias
Que escreves no papel à tua frente
Vês no traço passo laço pro infinito
Envolvendo estrelas nuas nas palavras do vazio
O que buscas não é amor ou sofrimento
É a conclusão do momento, o escrito
Faz do ponto seguro porto de sentidos
E dos sentidos, todos os seus instantes.
Faz da alma alegria cristalina
Transparecendo seus mais profundos desejos
Toma posse de sua pena e declina
– no mar suave de linhas transbordantes –
Não só a vida, de alheio dono
Como o que lhe é alheio em sua própria vida
Laís Leite / Mário da Mata
domingo, 28 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Das dores
Ah, o braço dói!
E o rosto todo e a alma, junto
E mesmo tola já não me cabe jugo
Felicidade acaba por tomar meu ser
Sorrir de medo também não me atrai
Somos carne e pêlos, juntos num só
Somos canto e zelo tomados de pó
Não vês a janela aberta, as flores que nascem?
Apesar das fechadas cortinas
O vento ainda me bate
Mas fecho os olhos à amarga dor
E a noite tão certa declina
Os traços não marcam a sina
De quem sozinho ganha o sol.
Laís Leite
E o rosto todo e a alma, junto
E mesmo tola já não me cabe jugo
Felicidade acaba por tomar meu ser
Sorrir de medo também não me atrai
Somos carne e pêlos, juntos num só
Somos canto e zelo tomados de pó
Não vês a janela aberta, as flores que nascem?
Apesar das fechadas cortinas
O vento ainda me bate
Mas fecho os olhos à amarga dor
E a noite tão certa declina
Os traços não marcam a sina
De quem sozinho ganha o sol.
Laís Leite
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Da sorte
Santa seja eu, em meu esforço comunal
Santa seja ela, em sua ignorância bestial
Caia sobre mim o céu de negras flores imoladas
Caia sobre ela o véu de pureza abençoada
Grite em meus ouvidos o que desejo eu gritar
Chore minhas gotas de impuro sangue a jorrar
[Minha sina é não ter sina que se ligue com a sua
Minha alma não vazia fecha os olhos e te procura]
Trate seus cabelos com as línguas mais perversas
Tire dela o ódio e ponha em si tal peça
Toque minha garganta e dela retire o ar
Beije seus pés, meu corpo a berrar
Tranque minhas letras em fogo eterno e vazio
Acaricie-lhe as pernas, fitando seu olhar sombrio
[Minha sina é não ter sina que se ligue com a sua
Minha alma não vazia fecha os olhos e te procura]
Olhe em meus olhos e veja meu sonhar
Beije minha boca e sinta o luar
Vá em sua casa e deite em sua cama
Encare sua pupila e diga que a ama
Dance minha música naquele antigo salão
Leia com ela os livros achados em meu porão
[Minha sina é não ter sina que se ligue com a sua
Minha alma não vazia fecha os olhos e te procura]
Sou das letras e dos sonhos, da brancura e do luar
Sou da colcha quente e macia, dos dedos e do mar.
Laís Leite
Santa seja ela, em sua ignorância bestial
Caia sobre mim o céu de negras flores imoladas
Caia sobre ela o véu de pureza abençoada
Grite em meus ouvidos o que desejo eu gritar
Chore minhas gotas de impuro sangue a jorrar
[Minha sina é não ter sina que se ligue com a sua
Minha alma não vazia fecha os olhos e te procura]
Trate seus cabelos com as línguas mais perversas
Tire dela o ódio e ponha em si tal peça
Toque minha garganta e dela retire o ar
Beije seus pés, meu corpo a berrar
Tranque minhas letras em fogo eterno e vazio
Acaricie-lhe as pernas, fitando seu olhar sombrio
[Minha sina é não ter sina que se ligue com a sua
Minha alma não vazia fecha os olhos e te procura]
Olhe em meus olhos e veja meu sonhar
Beije minha boca e sinta o luar
Vá em sua casa e deite em sua cama
Encare sua pupila e diga que a ama
Dance minha música naquele antigo salão
Leia com ela os livros achados em meu porão
[Minha sina é não ter sina que se ligue com a sua
Minha alma não vazia fecha os olhos e te procura]
Sou das letras e dos sonhos, da brancura e do luar
Sou da colcha quente e macia, dos dedos e do mar.
Laís Leite
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