terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Euscrevote (e.v.)

Não te escrevo como verso
Amado, puro ou vazio
Tu és verso de carnes vermelhas
De saliva torpe, ainda que gentil

Se te escrevo à pena leve
Não te traduzo em teu igual
Sobram-te esguias mechas
Manchas do vindouro temporal

Se por ventura me perpassa teu olhar
Tal como ele se faz; como me vês
Ainda assim faltará o teu tom
De pureza desdobrada em ardis

Antes não te escrever como verso
Te olho, apenas; te conservo como és
De ti guardo o pouco que pode ficar
E não te levo sempre, deixo-te a me esperar.


Laís Leite

5 comentários:

crap disse...

"Antes não te escrever como verso"

e nem como prosa e nem com qualquer forma de eternizar qualquer coisa.

Anônimo disse...

gosteei que só!


:*

Mário da Mata disse...

Gostei do verso de carnes vermelhas. Pensei em um verso de carnes vermelhas... devo estar assistindo muito dexter... ou kill bill... eu estar com fome... Enfim, voltando ao poema:
Ele melhorou desde a última vez que voce me mostrou. Está bem escrito mas agora minha preocupação é outra. Agora, por ter sido revisado e tal, ele também ficou mais carregado.Com mais sentido. Bom que voce conseguiu se exprimir de uma maneira que também pôde ser compreendida. O problema é vc rebuscar demais. Você sabe que meu medo é um dia vc rebuscar demais os poemas. Esse ficou no ponto.
O tema e a sequencia lógica estão muito bons, não precisei ler duas vezes pra entender e tal. Talz e Talz. Bem escrito, bonitinho e o final foi inteligente. Muito inteligente. Gostei mesmo.
Bom trabalho aí, lah!

Sarah disse...

"Tu és verso de carnes vermelhas
De saliva torpe e gentil"

que lindo, Lah! :*!

nelson netto disse...

faço das palavras do mário as minhas.

tá rebuscado, mas objetivo.

final inteligente, sequência legal...

tá foda!

vc é foda, laisinha!

beijomeliga.