sábado, 21 de junho de 2008

Caminhos Sensoriais

Era noite. Não havia nada além de sombras caminhado na rua. Estava tudo escuro. Naquele escuro céu, não havia lua nem estrelas.

Mas não importava, precisava sair, esparecer. Havia tempos não conversava consigo mesma, no escuro, sozinha. Havia tempos não caminhava sem rumo.

Saiu, mas não sabia aonde ir. Isso era ótimo. Enquanto caminhava, todo o seu cansaço, preocupações, iam-se embora. Parecia que o vento gelado que passava por ela levava consigo seus pensamentos. Isso também era ótimo, ela não queria pensar.

Ao som daquela silenciosa noite, ela dançava. Dançava com a calada rua, com a imóvel árvore, com o escuro portão. Dançava graciosamente, parecia levitar, agora estava se sentindo tão feliz quanto nunca fora, agora já não tinha pensamentos, já não tinha problemas, dúvidas, estava se sentindo...

Livre. Sim, livre, logo ela, que nunca antes havia se sentido dessa forma. Livre. Dela agora irradiava uma forte luz, que começava a iluminar a escuridão daquela noite. Junto com o seu brilho, percebia-se ao longe o nascer do sol. Assustada, percebeu quanto tempo passara fora de casa. Começou a correr, encontrando-se no perdido caminho que traçara, e sem saber que a luz que tinha agora era mais forte que a do próprio astro,que suspenso dizia-lhe que um novo dia havia começado.



Laís Leite

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