sábado, 21 de junho de 2008

Vidro

De tentar escrever nada me sai
então busco resposta no próprio escrever
Das letras, antigas amigas
Dos dedos, tão companheiros
espero alívio para meu desespero.

Pois ao escrever liberto horrores
Já que de amores não falarei jamais
E se me perguntas o que sinto, se não amo
Digo-te não ser esta a questão, porquanto amo demais

Mas amores escritos não contam,
tornam-se ínfimos ao lado de verdadeiro amor
Pois aqueles escapam nas palavras, transbordam por elas,
passam a servir a outrem que não somente o ser amado e o amante.

Posto que ainda amo, mas que não falo de amores
Que seja perdoada pelo que não fiz
E que ao lerem o que escrevo
Ao menos alguém sinta-se feliz
Por não ter tamanha sina
de escrever apenas mentiras
e palavras cheias de dor.

Laís Leite

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