“Conhece-te a ti mesmo”
E diz-me quem tu és.
Talvez melhor do que eu,
talvez poeira e papéis.
Mas quem sabe o que lá está escrito?
Contos, rios e fadas.
Quem sabe se eu existo?
Se respiro, ou se tu falas?
Vejo com olhos de luz
teu passado e meu presente
unidos num ponto qualquer
Vejo que a história reduz
[e mata e sente]
o que a beleza requer.
Eu sou um conto sem fadas,
um ponto lá no final.
Eu sou o cheiro e a carne
daquilo que só me faz mal
No canto ao lado uma viúva
De mim arrancando a vida.
Não dói, não sinto
um arrepio sequer.
E vejo os dentes que mostram
Presumo que irão me morder
Não grito, não corro, não mostro
Aquilo que só ele lê.
Laís Leite
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